O primeiro ato desta cerimônia é a recepção do bispo na porta da Catedral, pelo pároco responsável, ou ainda pelo Arcebispo Metropolitano. No caso de Caratinga, como situado na Província Eclesiástica de Mariana, quem acolhe Dom Emanuel Messias é Dom Geraldo Lyrio Rocha, que primeiramente introduz o novo bispo na Igreja Catedral, apresenta-o ao pároco, Pe. David José Gonçalves, este, apresenta o crucifixo ao bispo, que o beija. Entrega-lhe também o aspersório com água benta, com o qual o bispo se asperge e também aos presentes.
Os elementos deste primeiro momento relembram o mandato de Cristo, que o bispo recebeu no dia de sua ordenação: a cruz, uma vez que ele tem a missão de anunciar o Evangelho, o mistério pascal, que relembra o símbolo da cruz do Senhor e a água benta, que lembra e renova o batismo.
Em seguida, o bispo é conduzido à capela do Santíssimo Sacramento, onde por alguns momentos fica de joelhos em oração e adoração. Desta forma, ele mostra que a Igreja faz a Eucaristia e a Eucaristia faz a Igreja. Crê-se, portanto, que toda a ação pastoral deve levar à celebração e à vida eucarística.
Após este ato, os bispos e seus auxiliares se paramentam na sacristia e tem-se início a Missa Estacional, na qual o bispo preside rodeado pelos padres, diáconos, acólitos, leitores, com plena e ativa participação de todo o povo santo de Deus. Chegando ao altar, o bispo se inclina com aqueles que o acompanham. O metropolita, se dirige à Cátedra, assenta-se e saúda o povo, logo após pede que sejam lidas as Letras Apostólicas. Um dos presbíteros apresenta-a ao Colégio de Consultores. O canonista da diocese, Pe. Agrimaldo José Teixeira, procede a leitura das mesmas. O Metropolita levanta-se e entrega ao bispo sua Igreja, representado pelo momento em que este se assenta na Cátedra. Neste momento, o pároco da Catedral, alguns membros do clero, autoridades civis e fieis se aproximam do novo bispo e lhe manifestam respeito e obediência.
Este ato, leva em consideração a ação pastoral do bispo: a leitura da carta Apostólica, indica que o novo bispo não vem em nome próprio, mas em nome de Cristo. Ele foi eleito e enviado à esta Igreja particular com uma missão. Por isso, o Povo de Deus da Igreja particular o acolhe, lhe presta obediência e se dispõe a colaborar com o seu ministério pastoral; a ocupação da Cátedra, simboliza a Igreja particular confiada ao zelo pastoral do novo bispo. É na Catedral que ele alimenta sua fé. Desta sede, ele parte como bom pastor para apascentar as suas ovelhas, em sua missão profética, sacerdotal e real.
A seguir, inicia-se a caminhada rumo ao Santuário de Adoração Perpétua, na qual, a comunidade expressa sua alegria em acolher o novo pastor. Ao chegar ao Santuário, a Missa prossegue como de costume e, na homilia, após o Evangelho, o Bispo dirige pela primeira vez a palavra ao seu povo.
À luz da Palavra de Deus, cria-se o primeiro vínculo de fé e de caridade entre o Bispo, os padres, os diáconos, o seminaristas, os religiosos e as religiosas e todos os fieis leigos da diocese, reunidos nas comunidades paroquiais. Os fieis recolherão os motivos de preces e da grande Ação de graças que se seguem, e vão sentir-se enviados para anunciar e estender o Reino de Deus pela Palavra, pela colaboração na ação pastoral e, sobretudo, pelo testemunho de vida cristã.
Assim, esperamos que a chegada do novo pastor, seja um momento fecundo para que o rebanho impulsionado ao seguimento a Jesus Cristo, o Bom Pastor, dê testemunho da graça e do Reino, no dia-a-dia de sua história. E que o pastor possa, sob a Luz do Espírito Santo, reger a Igreja de Deus, em nome do Pai de quem ele é a imagem entre os fieis; em nome do Filho, cuja missão de mestre, sacerdote e pastor exerce; e em nome do Espírito Santo que dá vida à Igreja de Cristo, e a fortalece em sua fraqueza.
Reginaldo Pires Amâncio – Seminarista – 10 Ano de Teologia
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